Leitura Partilhada
quarta-feira, setembro 29, 2010
  “Ler Lolita em Teerão”, de Azar Nafisi (ii)

Para sobreviver, temos de criar a nossa própria contra-realidade.
Henry James

Quem, como eu, for um interessado por esta parte do mundo, só pode rejubilar ao descobrir (casualmente, na internet), um livro destes. “Ler Lolita em Teerão” é um documento notável sobre o processo de transformação de um País, outrora chamado Irão, que passou a denominar-se República Islâmica do Irão, bem como sobre o sofrimento e a opressão que tal mudança provocou na sociedade e em cada um dos seus indivíduos.

A estrutura do texto assenta nas considerações que Azar Nafisi, professora universitária de literatura, vai tecendo (em versão de aula aos seus alunos) sobre alguns dos mais significativos escritores de sempre e respectivas obras, e que constituem uma das paixões da sua vida, a par dos afectos, da liberdade e da beleza: Nabokov, James, Bellow, Austen, Fitzgerald… É através dos livros que esta professora e os seus mais brilhantes alunos se libertam, se iluminam, se confortam, se conseguem reconhecer melhor e melhor entendem o mundo, se perturbam e põem em causa, e é com eles que sacodem a indiferença e preservam o seu equilíbrio interior, numa sociedade que pretende reduzi-los a autómatos e, no caso das mulheres, a autómatos de segunda categoria.

Ao longo de 480 páginas, acompanhamos os passos e as perplexidades das alunas, mulheres feitas que sabem discutir Joyce e D. H. Lawrence com sapiência, mas a quem são estranhos os processos que lhes permitiriam sentir que se cumprem enquanto indivíduos: as relações homem-mulher, o exercício da cidadania e essa espécie de bem-aventurança a que chamamos felicidade. Vamos percebendo também que talvez não haja assim tantos inocentes e que a vitória dos Ayatollahs contou com uma cumplicidade generalizada, uma vez que, nessa época, até os estratos mais esquerdistas e seculares da população bramavam contra a influência satânica dos imperialistas ocidentais (é claro que os milhares que tiveram a coragem de se manifestar -e muitos, muitos outros, que não se manifestaram mas que, por qualquer motivo, aborreceram algum medíocre com poder-, acabaram na prisão para serem sumariamente executados).

Nafisi descreve-nos o regime que os esmaga e humilha, que os monitoriza até ao mínimo detalhe (a forma como andam como riem como se vestem como se relacionam), o regime que pretende roubar-lhes a dignidade, aniquilar toda e qualquer chama, controlar os seus pensamentos e emoções, até os transformar numa ordeira e inócua insignificância. Contudo, mesmo com uma versão islâmica de Big Brother a observá-los permanentemente, existe aquele luminoso espaço de liberdade que a literatura, com o seu sublime poder, mantém vivo: a imaginação, essa parte de nós que a tirania não consegue sufocar.

Sílvia
 
terça-feira, setembro 28, 2010
  Ler, em Teerão
Durante um breve período, os nossos debates sobre Gatsby pareceram-nos tão electrizantes e importantes como os conflitos ideológicos que alastravam pelo país. De facto, à medida que o tempo passava, outras versões deste debate acabaram por dominar a cena ideológica e política. Incendiaram-se editoras e livrarias, por divulgarem obras de ficção imorais. Uma romancista foi posta na prisão por causa dos seus escritos, sendo acusada de divulgar a prostituição. Vários repórteres foram parar à cadeia, encerraram-se revistas e jornais, e alguns dos nossos melhores poetas clássicos, como Rumi e Omar Khayyan, foram censurados ou proibidos.
Como todos os outros ideólogos antes deles, os revolucionários islâmicos pareciam acreditar que os escritores eram os guardiães da moralidade. Esta imagem distorcida dos escritores, ironicamente, conferia-lhes um lugar sagrado, e ao mesmo tempo paralisava-os. O preço que tinham de pagar pela sua nova proeminência era uma espécie de impotência estética.


(“Ler Lolita em Teerão”, de Azar Nafisi, Editora Gótica, Pags 197)
 
  Poesia em Teerão
Não parava de perguntar a mim própria: “Quando é que perdemos esta qualidade, esta capacidade de levar a vida com ligeireza através da poesia? Em que preciso momento é que isto se perdeu?” Aquilo que tínhamos agora, esta retórica delico-doce, estas hipérboles pútridas e enganadoras, tresandavam a água-de-colónia barata.
Lembrei-me de uma história que ouvira várias vezes sobre a conquista da Pérsia pelos Árabes, uma conquista que trouxe o Islão para o Irão. Segundo esse relato, quando os Árabes atacaram o Irão, ganharam porque os próprios Persas, talvez fartos da tirania, atraiçoaram o seu rei e abriram as portas aos inimigos. Mas depois da invasão, quando lhes queimaram os livros, lhes destruíram os seus lugares de oração e os proibiram de falar a sua língua, os Persas vingaram-se, recuperando a sua história queimada e pilhada através dos mitos e da linguagem. O nosso grande poeta épico, Ferdowsi, tinha reescrito os mitos confiscados de reis e heróis persas numa linguagem pura e sagrada. O meu pai, que ao longo de toda a minha infância me lia Ferdowsi e Rumi, costumava dizer por vezes que o nosso verdadeiro lar, a nossa verdadeira história, estava na nossa poesia. A história voltou-me ao espírito nessa altura porque, num certo sentido, tínhamos voltado a fazer o mesmo. Desta vez tínhamos aberto as portas, não a invasores estrangeiros, mas a invasores domésticos, àqueles que tinham vindo ter connosco em nome do nosso próprio passado mas agora distorciam cada centímetro dele, e nos roubavam Ferdowsi e Rumi.

(“Ler Lolita em Teerão”, de Azar Nafisi, Editora Gótica, Pags 245-246)
 
segunda-feira, setembro 27, 2010
  Ler “O Grande Gatsby” em Teerão
“Portanto, agora, vamos rever todos os pontos que discutimos. Sim, o romance trata de relações vivas e concretas, do amor de um homem por uma mulher, e da traição dessa mulher a esse amor. Mas também fala de riqueza, da sua grande atracção bem como do seu poder destrutivo, da falta de senso que a acompanha, e, sim, sem dúvida que fala do sonho americano, um sonho de poder e riqueza, da luz enganadora da casa de Daisy e do porto de entrada para a América. Também fala da perda, da forma como morrem os sonhos depois de serem transformados na dura realidade. É a nostalgia, a sua imaterialidade, que torna o sonho puro.
Aquilo que nós no Irão tínhamos em comum com Fitzgerald era este sonho que se tornara a nossa obsessão e que se apoderara da nossa realidade, esse sonho lindo e terrível, impossível na sua realização, pelo qual qualquer tipo de violência podia ser justificado e perdoado. Era isto que nós tínhamos em comum, embora na altura não tivéssemos consciência disso. Os sonhos, Sr. Nyazi, são ideais perfeitos, completos em si próprios. Como podemos impô-los numa realidade incompleta, imperfeita, constantemente a mudar? Tornar-nos-íamos num Humbert
[o personagem masculino de “Lolita”], destruindo o objecto dos nossos sonhos; ou num Gatsby, destruindo-se a si próprio.”
Quando saí da aula nesse dia, não lhes disse aquilo que eu própria começava a descobrir: até que ponto o nosso destino se estava a tornar semelhante ao de Gatsby. Ele queria preencher o seu sonho, recriando o passado, e no fim descobriu que o passado estava morto, que o presente era uma fraude, e que não havia futuro. Isto não fazia lembrar a nossa revolução, que viera em nome de um passado colectivo e estragara as nossas vidas em nome de um sonho?


(“Ler Lolita em Teerão”, de Azar Nafisi, Editora Gótica, Pags 207-208)
 
sexta-feira, setembro 24, 2010
  “Ler Lolita em Teerão”, de Azar Nafisi
Imagino uma terra calcinada, mas onde as árvores e as flores crescem viçosas, por entre nuvens de poeira. Imagino uma cidade poluída e sobrelotada, rodeada de montanhas que quase tocam o céu. Imagino um povo gentil e afectuoso, de olhar encurralado e movimentos contidos. Não consigo imaginar o que foram aqueles oito anos de guerra com o Iraque. Imagino o negrume monótono da indumentária das jovens iranianas e as suas expressões furtivas. Não consigo imaginar o que é ser-se mulher na República Islâmica do Irão. Tento imaginar os demónios ódios maldade ignorância que vivem no interior dos elementos das brigadas da moralidade. Não consigo imaginar o que se passa nas mentes dos homens de turbante e de tamancos. Imagino a expressão "Em nome de Deus" no início de todos os documentos oficiais e palestras. Imagino um lugar povoado de vultos com a cara encostada ao chão, que se defendem atrás do silêncio. Imagino que, ali, a alegria só exista no movimento incessante das ruas e nesses jardins dos meus sonhos, talvez a mais bela herança da tradição persa. Imagino que as rotinas diárias permitam criar uma estranha noção de estabilidade a um povo aprisionado. Imagino uma espécie de estado geral de resignação e que, apesar de tudo, a vida continua. Imagino uma professora e seus alunos, a ler secretamente “Lolita”, numa casa anónima de Teerão.

Sílvia
 
quinta-feira, setembro 23, 2010
  “Morte na Pérsia” – de Annemarie Schwarzenbach
Tentei tudo ao meu alcance para viver na Pérsia. Falhei. […]
Durante os primeiros meses, viajei com novos amigos e conheci tudo: Persépolis, Ispaão, os jardins de Xiraz, as ermidas dos dervixes nos rochedos descarnados, as grandes portas das mesquitas, as estradas sem fim, as planícies sem fim. Atravessei desfiladeiros e segui de mula pelos caminhos no sopé dos montes Elburz. Vi a margem do mar Cáspio, selva a arrozais, zebus no areal fustigado pela tempestade, telhados de colmo debaixo de fortes chuvadas, lenhadores e pastores turcomanos, e as grandes praças vazias das capitais de província, Recht e Babul. Vi a rica cidade de Mazandaran, quinta-essência da melancolia. […]
E depois comecei a apreender a grandeza mortífera desta terra, que todas as manhãs nos abismava com a sua beleza e as suas alvoradas etéreas.

(“Morte na Pérsia” – de Annemarie Schwarzenbach, Tinta da China)

Este é o relato da segunda viagem que Annemarie Schwarzenbach faz até à Pérsia, a qual consiste numa dupla fuga: da Europa nazi e da sua própria alma atormentada. Aqui, encontramos belíssimas descrições dessa terra árida e grandiosa, a par das reflexões de uma mulher culta, corajosa, curiosa, fisicamente resistente, mas profundamente triste e em constante conflito interior. Acabaria por falecer de forma trágica aos 34 anos, na sequência de um acidente de bicicleta. É uma das minhas heroínas.

Sílvia
 

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"OS PAPEIS DE K.", de Manuel António Pina (1 a 3 de Outubro de 2003)

"AS ONDAS", de Virginia Woolf (13 a 20 de Outubro de 2003)

"AS HORAS", de Michael Cunningham (27 a 30 de Outubro de 2003)

"A CIDADE E AS SERRAS", de Eça de Queirós (30 de Outubro a 2 de Novembro de 2003)

"OBRA POÉTICA", de Ferreira Gullar (10 a 12 de Novembro de 2003)

"A VOLTA NO PARAFUSO", de Henry James (13 a 16 de Novembro de 2003)

"DESGRAÇA", de J. M. Coetzee (24 a 27 de Novembro de 2003)

"PEQUENO TRATADO SOBRE AS ILUSÕES", de Paulinho Assunção (22 a 28 de Dezembro de 2003)

"O SOM E A FÚRIA", de William Faulkner (8 a 29 de Fevereiro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. I - Do lado de Swann)", de Marcel Proust (1 a 31 de Março de 2004)

"O COMPLEXO DE PORTNOY", de Philip Roth (1 a 15 de Abril de 2004)

"O TEATRO DE SABBATH", de Philip Roth (16 a 22 de Abril de 2004)

"A MANCHA HUMANA", de Philip Roth (23 de Abril a 1 de Maio de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. II - À Sombra das Raparigas em Flor)", de Marcel Proust (1 a 31 de Maio de 2004)

"A MULHER DE TRINTA ANOS", de Honoré de Balzac (1 a 15 de Junho de 2004)

"A QUEDA DUM ANJO", de Camilo Castelo Branco (19 a 30 de Junho de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. III - O Lado de Guermantes)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2004)

"O LEITOR", de Bernhard Schlink (1 a 31 de Agosto de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. IV - Sodoma e Gomorra)", de Marcel Proust (1 a 30 de Setembro de 2004)

"UMA APRENDIZAGEM OU O LIVRO DOS PRAZERES" e outros, de Clarice Lispector (1 a 31 de Outubro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. V - A Prisioneira)", de Marcel Proust (1 a 30 de Novembro de 2004)

"ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", de José Saramago (1 a 21 de Dezembro de 2004)

"ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ", de José Saramago (21 a 31 de Dezembro de 2004)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VI - A Fugitiva)", de Marcel Proust (1 a 31 de Janeiro de 2005)

"A CRIAÇÃO DO MUNDO", de Miguel Torga (1 de Fevereiro a 31 de Março de 2005)

"A GRANDE ARTE", de Rubem Fonseca (1 a 30 de Abril de 2005)

"D. QUIXOTE DE LA MANCHA", de Miguel de Cervantes (de 1 de Maio a 30 de Junho de 2005)

"EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO (Vol. VII - O Tempo Reencontrado)", de Marcel Proust (1 a 31 de Julho de 2005)

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UMA SELECÇÃO DE CONTOS LP (1 a 3O de Setembro de 2005)

"À ESPERA NO CENTEIO", de JD Salinger (1 a 31 de Outubro de 2005)(link)

"NOVE CONTOS", de JD Salinger (21 a 29 de Outubro de 2005)(link)

Van Gogh, o suicidado da sociedade; Heliogabalo ou o Anarquista Coroado; Tarahumaras; O Teatro e o seu Duplo, de Antonin Artaud (1 a 30 de Novembro de 2005)

"A SELVA", de Ferreira de Castro (1 a 31 de Dezembro de 2005)

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"SE NUMA NOITE DE INVERNO UM VIAJANTE" e "PALOMAR", de Italo Calvino (1 a 28 de Fevereiro de 2006)

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